
Por que fazer terapia?
Como psicóloga, pergunto muitas vezes o que as pessoas querem. É comum a resposta ser: "feliz!". Além disso, já escutei algumas vezes amigos e conhecidos dizendo: "- quem faz terapia é porque não tem amigo!" ou "quem vai no psicólogo é porque está faltando ocupação na vida" ou ainda: "quem faz terapia é doido!". E sempre quando escuto frases deste tipo, reflito que nunca conheci ninguém que em algum momento não gostaria de um especialista para ajudar em algum problema pessoal real.
Quando as pessoas precisam de profissionais que cuidam de "aspectos externos" da vida como um decorador para um quarto, um engenheiro para construção da casa nova, um contador para fazer o imposto de renda não existe dificuldade de procurar quem faz aquele serviço de forma rápida e especializada.
Também percebo que até mesmo é de certa forma fácil, buscar um médico para cuidar de uma dor ou uma febre que não cessa. Afinal, há demonstração evidente de que há algo errado e que apenas um profissional pode ajudar. Porém quando o assunto envolve os assuntos pessoais como pensamentos repetitivos e auto destrutivos e/ou comportamentos que atrapalham o desenvolvimento e alcance dos objetivos pessoais e profissionais, as pessoas tem dificuldade de buscar ajuda ou melhoria. Afinal, esses comportamentos e sentimentos nem sempre são demonstrados e a grande maioria das vezes as pessoas não dividem com quem está a sua volta aquelas coisas que não consideram boas. Há a tendência de acreditar que cada um deve dar conta de cuidar de si.
Entretanto, ninguém diz para alguém que está com uma infecção (doença) demonstrada pela febre (sintoma) que precisa melhorar sozinho. Assim como quem está com uma ansiedade exagerada/disfuncional (doença) demonstrada por falta de concentração, roer de unhas, falta ou excesso de apetite, falta ou excesso de sono, compras compulsivas, por ex. (sintomas) não deve "curar-se" sozinho.
O psicologo estudou e tem ferramentas para que o cliente possa começar a entender os seus comportamentos, ou seja, as relações entre os eventos ambientais (estímulos) e atividades do organismo (as respostas que ele dá). O profissional deve necessariamente trabalhar para que o seu cliente consiga entender quais são os seus comportamentos e quais as consequências que este comportamento tem gerado para que a própria pessoa. Ou seja, o psicólogo através de seu relacionamento com o cliente, fazendo perguntas e utilizando técnicas faz com que a pessoa tenha uma nova perspectiva da sua própria vida, possibilitando auto conhecimento e tomada de decisões novas.
Sendo assim, aquelas pessoas que tem amigos ou não, são muito ocupadas ou não, e até aquelas que não tem problemas psiquiátricos podem em algum momento buscar ajuda de um profissional que teve formação para ajudar as pessoas a saírem do sofrimento mais rapidamente que sozinho ou possibilitando melhores escolhas e ainda, mais qualidade de vida. Afinal, para ser feliz é preciso descobrir o que te faz feliz e comportar-se de maneira a atingir a esse objetivo comum a maior parte das pessoas.
Depressão
Depressão é uma doença que se caracteriza por alterar o estado de humor da pessoa. Os sintomas mais comuns são sentimentos de tristeza, culpa, desânimo, medo, alterações do sono e diminuição da libido.
Também verificam-se em alguns casos que ataques de ira ou irritabilidade são prevalentes em relação aos sentimentos de menos valia e angústia. Muitas vezes há um sentimento de fracasso ou incapacidade para realizar tarefas cotidianamente simples.
O indivíduo pode perder ou ganhar peso significativo em pouco espaço de tempo.
O pensamento depressivo pode se ligar a fantasias de morte, como “única saída” ou para “se livrar” do sofrimento psíquico. Em casos graves a Ideação Suicida pode efetivamente se concretizar.
Nem sempre é simples identificar as causas da depressão, mas podem estar ligadas a estresse, crises na vida pessoal ou profissional como também fatores genéticos e neuroquímicos.
A depressão não deve ser confundida com uma reação depressiva. Esta segunda condição se caracteriza por uma reação (natural) a um fato que desencadeia sofrimento, por exemplo: a perda de um ente querido, ou luto. Na depressão o sofrimento é mais intenso e envolve aspectos de saúde psíquica, física e mental.
Há vários tipos de depressão, ou Transtornos Depressivos.
O diagnóstico é clínico, ou seja, feito em consultório através de consulta realizada por profissional habilitado e o tratamento envolve uso de remédios (antidepressivos) ou psicoterapia, ou, a combinação dos dois.

Relacionamento
Talvez a maior procura por ajuda psicológica esteja vinculada a este tema. Não é fácil o relacionamento entre duas ou mais pessoas (casal, entre pais e filhos, no ambiente de trabalho, etc).
Os problemas de relacionamento entre um casal já envolvem várias questões. Geralmente as mais encontradas são: Desgaste da relação, desamor, desinteresse sexual, desrespeito, excesso de trabalho, estresse, falta de admiração pelo outro, baixa auto-estima, ciúme.
Algumas reflexões a respeito:
1 – É comum as pessoas levarem para os relacionamentos, modelos de relações vivenciadas na infância. A tonalidade afetiva positiva ou negativa como seus pais se amavam, brigavam e como isso afetava a criança pode ser, inconscientemente, transferido para os relacionamentos afetivos ao longo da vida.
2 – Há uma cultura voltada para o casamento que diz mais ou menos assim: Você vai encontrar uma pessoa que será cônjuge, amante, amiga, cúmplice, mãe (ou pai) dos seus filhos e vocês se amarão para sempre. Muitas vezes todas essas atribuições não são preenchidas pela mesma pessoa, o que pode resultar em cobranças, frustrações, conflitos e separações.
3 – Não temos uma educação voltada para o emocional. Somos preparados para lidar com muitas coisas na vida, mas não nos ensinam a lidar com nossos sentimentos. Se não “pilotamos” as nossas emoções, seremos pilotados por elas, o que pode comprometer qualquer relacionamento.
4 – Falta de alinhamento de expectativas é outra causa importante nos problemas de relacionamento. Nem sempre os objetivos de um são os mesmos do outro. A baixa auto-estima e a falta de expectativas em relação a si mesmo, geralmente representa uma alta expectativa em relação ao outro.
5 – Amor acaba? Tesão acaba? Sim, pode acabar. A fonte geradora de amor , de tesão, é que não acaba. Às vezes nem o amor e nem o tesão acabam – o que acaba é o “cuidado” com ambos e, a sensação de ter um lugar “garantido” na vida do outro pode acarretar perda de atenção com o próprio amor.
6 – Comunicação. Onde um não coloca a palavra, o outro coloca as próprias fantasias, que geralmente são as piores possíveis. Se, por exemplo, o marido se atrasa na volta do trabalho para a casa, dificilmente a mulher pensará uma razão festiva e alegre para o atraso.
A falta de diálogo, de comunicação é um problema sério em muitos relacionamentos afetivos, e, a pior lacuna na comunicação entre duas pessoas talvez seja a falta de exposição dos sentimentos.
7 – O estresse, o excesso de trabalho, as exigências da vida moderna muitas vezes acabam com o romantismo, roubam a calma, traem o tempo de cada um, reprimem o desejo, distorcem as palavras.
Os problemas de relacionamento são muitos, os consultórios estão lotados deles. Não há fórmulas para o sucesso, mas propostas de questionamentos faz diferença. A propósito, aprender a lidar com a diferença é um desafio nas dificuldades de relacionamento. Há uma tendência nas pessoas a tentarem mudar o outro, a fazerem esforços no sentido de trazerem o parceiro para o seu campo de certezas . As diferenças entre as pessoas não deveriam ser anuladas e sim administradas.


*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.
